Seria esse o nosso chamado?
Todas as profecias sobre o nascimento, a vida e obra de Jesus, Sua morte para pagar o preço do pecado e legitimar a salvação de todo aquele que n’Ele crê e Sua ressurreição, teriam sido em função de trazer a felicidade para o homem, ainda peregrino num mundo que jaz no maligno?
O que a sociedade apresenta como sendo felicidade? Carros de luxo, bela casa, viagens dos sonhos, saúde e assim por diante. Essa seria a resposta da grande maioria das pessoas, tanto que esses são os apelos da indústria do marketing. E na crista dessa grande onda, a maior parte da cristandade diria que tudo isso não é felicidade, a não ser que fosse dado por Deus, porque Ele certamente acrescenta todas essas coisas aos seus filhos, no presente século, afinal somos filhos do Rei.
Pois é irmãos, essa é a prova de que a nossa mente está encharcada de tudo o que ouvimos e vemos a todo tempo, ao ponto do evangelho se tornar um negócio lucrativo que movimenta bilhões vendendo sonhos e deleites pessoais.
Desde que nascemos, tanto as propagandas quanto os filmes e novelas constroem os nossos objetivos de consumo, de trabalho, e até o pobre referencial de família descartável. O pior é que quem deveria estimular a renovação da mente humana e a mudança de referenciais é quem mais lucra com tudo isso:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12. 1, 2).
Falar sobre pecado, condenação e a dor profunda que tudo isso causa eternamente não são mais parte do menu servido nos centros de entretenimento da fé. O grande lance é justificar as cobiças naturais usando a própria Bíblia, a persuasão e um discurso que inflame a massa de semi-analfabetos bíblicos. Essa é a receita; adaptar e unir o que há de ‘melhor’ neste mundo com o que interessa ser extraído supostamente de Deus.
Não meus irmãos, felicidade não é andar cada um do seu jeito e fabricar engenhosamente a sua própria salvação, seus dons, ministérios, etc. Felicidade é reconhecer a nossa própria insignificância diante da autoridade do Senhor Deus. É nos submetermos a Ele, como Ele quer (não como nós idealizamos), estritamente de acordo com a Sua Palavra.
Felicidade é andar nos termos do Senhor, passando pelo caminho da graça que perdoa o arrependido. Felicidade é experimentar o amor que sara as feridas e que reestrutura nosso homem interior, nos lavando de toda a contaminação do homem perdido, sem Deus, que somos até o encontro pessoal com Cristo.
Sim, eu também gosto das boas coisas, das tecnologias, das alegrias da vida. Mas nada disso serve para reconhecer firma ou autenticar o amor de Deus por mim. Posso passar pelos vale da sombra e da morte, posso perder tudo o que tenho ou que achava que tinha, mas nada, absolutamente nada, me tirará a felicidade de ser filho de Deus.
Tudo aqui é temporário - muitas vezes declarei isso. Mas só sabemos o quanto realmente amamos a Deus quando perdemos tudo o que nos estribava e não nos resta mais nada em que nos apoiar, há não ser o Bom Pastor.
Falar é fácil, mas viver como Habacuque...
“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no DEUS da minha salvação” (3. 17, 18).