Ao palmilhar a carta de Judas, percebi que esse deve ser o fio condutor de quem realmente deseja aprender e viver as riquezas, ali, encontradas. Norbert Lieth destaca essa realidade sublinhando os versículos 22 e 23:
“E compadecei-vos de alguns que estão na dúvida; salvai-os, arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sede compassivos em temor, detestando até a roupa contaminada pela carne”.
Podemos discernir que Judas deixa clara a nossa missão de amar o pecador, mas odiar e fugir do pecado. Lembrando sempre que “Santidade ao Senhor” não é opção para o cristão, pois toda a Palavra e também esta epístola ressalta que Deus é Amor, mas não tolera o pecado. E que o mesmo Deus misericordioso também é o Justo Juiz.
Entendo que mesmo sendo cristã, uma pessoa é capaz de cometer qualquer pecado a qualquer momento. Isso me faz lembrar uma passagem bem conhecida: “Aquele, pois, que pensa estar em pé, cuide que não caia” (1Co 10.12). Por isso a persistente exortação para que batalhemos diligentemente pela fé que Cristo nos entregou (v.3).
Perceba, entretanto, que não se trata de qualquer fé, mas a que custou o preço do sangue de Jesus. Aquele que comprou a vida eterna aos que crêem em Cristo como único acesso do homem a Deus (). O texto não trata de uma fé em um deus injusto, que coloca os seus seguidores, mesmo os preguiçosos e avarentos, em posições de destaque social e econômico, em detrimento de quem é competente e trabalha mas que não pertence a sua associação.
Obviamente que batalhar pela fé não se trata de levantar o dedo moralista para o pecado dos outros (vv.4 - 16), pois o próprio Deus exercerá o Seu juízo (vv.14, 15). Porém, devemos cuidar para não sermos feitos “cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as” (Ef 5. 11). Judas também coloca este ensino em alto relevo ao final do v.23.
Quanto a nós, os que cremos na Palavra de Deus como fundamento de fé e prática, devemos observar os “Vós, porém…” de Judas, a partir do versículo 17. Essas exortações motivam o cristão a:
Conhecer a Palavra de Deus com profundidade e propriedade (vv. 10, 17);
Se guardar no amor de Deus (vv. 21 e 20; 1Co 13. 4-8a; 2Jo 14);
Compartilhar o amor de Deus com o próximo (vv. 22, 23a); e
- A não ter relação alguma com os maus caminhos e as obras de satanás (v.23b), se necessário for, resistindo até ao sangue (Hb 12. 4).
Pensem nessas coisas meus amigos e leitores eventuais. E, mais do que isso, vivamos o amor de Deus com responsabilidade, pois o tempo está próximo.
1 comentários:
Pode até parecer óbvio minha admiração pela suas palavras por sermos amigos de longo tempo, mas são muito sábias! Acredito piamente que temos que amar o pecador mas odiar o pecado. Que Deus continue abençoando suas palavras!
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